8 de dezembro de 2008

Aprendiz de poeta

"Aprendiz de poeta

Atrevi-me uma vez a poetar.
Sobre os carros, sobre a rua, sobre as pessoas.
Poetei os montes, os dias, as noites.
E segui na toada de escritor.
Moço bonito, usava palavras como ninguém.
Era um mestre na arte de falar sobre o que não conhecia.
Vivia a enganar os outros e, por muitas vezes, a si mesmo.
Professor do desconhecido.

Atrevi-me uma vez a viver.
Vivi os dias, as noites, os crepúsculos e os poentes.
Apanhei, sofri e chorei.
Sorri, fui feliz e amei.
De professor do desconhecido passei à aluno errante.
A vida me ensinou que não se deve poetar."

Fernando Aquinea

3 Comentarios:

Paula Barros disse...

Passei no blog de Tossan e vi seu comentário lá. Como uma assumida curiosa aqui estou.

Que vida cruel que lhe ensinou a poetar, você que pelo que li poeta tão bem.

Continue a poetar, e ensine a essa vida, que ela deve ser vivida com poesia.

abraços

Donaella disse...

Que deslumbre na alma causa isso aqui. Sua escrita é uma beleza e pretendo pousar por aqui mais vezes!
Obrigada pela visita!
Beijos

:.tossan® disse...

Tá vendo todos tem a mesma opinião minha vc sabe o que nós não sabemos, escrever de verdade, a verdade da poesia.
Meu amigo, não fique assustado com a minha postagem, aquilo é um alerta aos males dos vícios, não fumo e só bebo um vinho de vez em quando em um jantar especial. Obrigado pela preocupação, foi apenas para ilustrar as fotos e tentar passar um alerta. Abraço

No céu também há uma hora melancólica.
Hora difícil, em que a dúvida penetra as almas.
Porque fiz o mundo? Deus se pergunta
e se responde: Não sei.
(Carlos Drummond de Andrade)